Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem sorte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte,
Sou a crucificada...a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, Livro de Mágoas
Eu sou a que tem um sorriso nos lábios
Sou a que desata a rir no meio do nada
Sou aquela a quem apertam as bochechas
Sou a eterna sonhadora
Sempre a divagar.
Sou a que chamam de distraída,
pois enquanto caminho olho para o infinito.
Sou simplesmente eu!
E não há ninguem que o saiba ser tão bem!
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