Análise
Eu não sabia que o mundo
Era tão podre e imundo;
Lamaçal peçonhento
Cujo odor repelente
Agride o meu pensamento
E infecta a minha mente,
Qual núvem de poeira
Que incauta me apanhasse
Se eu não me escapasse
Pela porta traseira...
Mas, hoje, fiquei a conhecer
A podridão que me rodeia,
Então, surpreendida por saber
Que a devassidão campeia
No ferrão dum vírus à solta,
A tão curta distância,
Senti-me chocada, enjoada,
Com vómitos de revolta
E repugnância!
Quase fiquei doente
Com tal revelação
E porque não dormia,
Debaixo de tensão,
Quase em agonia,
Tomei tranqulizantes
Que não deram efeito
(Como dantes)
Pois eles já, também,
Perderam o respeito
À droga que contém,
Deixando de actuar
Prá insónia dominar...
Hoje, alguém me despertou,
Me abanou fortemente
Mostrando-me um pouco
Dum mundo que está louco
E colectivamente!
Até aqui, fui a menina inocente
Pensando que toda a gente
É pura, honesta e fiel
Mas...Oh notícia de fel...
Nada poderá tanto amargar:
Acabou-se a honra e o respeito,
Já não há justiça nem direito
Não se pode nas pessoas confiar!
Quisera não mais ouvir
A consciência desperta
Ou então poder fugir
P'ra uma ilha deserta
Ou ainda, corajosa, celebrar
Um contrato sério com a morte
E partir para nunca mais voltar,
À procura doutra gente, doutra sorte...
Quisera, enfim, poder
Recusar-me a viver
Junto a seres perversos...
Mas sem esta enorme confusão
Aonde iria achar inspiração
P'ra construir a torre
Dos meus versos?
Graciete Pio em Perfume do Céu
Descobri este livro e resolvi "matar" a curiosidade...
1 comentário:
Conheço o livro e a autora...senhora de princípios cristãos sérios e verdadeiros.
Beijo
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