quarta-feira, dezembro 27, 2006

Nuvens
Vontade de fazer nada,
ficar deitada,
olhando as nuvens que passam
sem meta, sem destino, como eu.
Estratos,
cúmulos,
nimbos,
cirros...
Todos os tamanhos,
todas as formas.
Pesadas como meu corpo,
leves como meus sonhos.
Transformar-se-ão na chuva que abençoa
ou na tempestade que destrói?
Carneirinhos brancos,
flores de algodão,
filamentos sem forma,
asas de anjos...
Negras, pesadas, compactas.
Céu de chumbo.
Estratos,
cúmulos,
nimbos,
cirros...
Submissas, indefesas, efémeras.
Perigosas, traiçoeiras:
destino dúbio.
Sofismas.
E eu?
Cirro que se desfaz em filamentos
à mercê do vento....


Myrtes Mathias

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