terça-feira, fevereiro 19, 2008

Ao vento

O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh'alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!
Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim, sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amar,
A tua voz tortura toda a gente!...
Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim!... Ó vento, chora!
Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
E a gente andar a rir pla vida fora!!...



Florbela Espanca

Algures na ribeira....
- Olha!!!
(caras de espanto...)
- é uma pessoa!!!
- não é nada!
- é! É!! Está-se a mexer!! Tás a ver?
- opah, não é!
(risos e mais risos!)
- é um manequim, não vês?!
- mas tá-se a mexer!!
(gargalhadas sonoras)




Bjo na trenga**