sexta-feira, novembro 30, 2007


"As grandes coisas também nascem de pequenos começos"

sexta-feira, novembro 23, 2007

Prémios para Profs

segunda-feira, novembro 19, 2007

Come what may




O Moulin Rouge é 5*

domingo, novembro 18, 2007

Eu sei, mas não devia


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti
Há coisas que por mais que tente não me consigo acostumar...

Desencanto

Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração

.E nestes versos de angústia rouca

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas


Gonçalves Dias

sábado, novembro 17, 2007

Sou fan da Walt Disney :)






"Muita gente não sabe o que procura." Fixou os olhos no tecto. "A maior parte das pessoas passa por esta vida como se fosse sonâmbula, percebes? Querem possuir coisas, fazer dinheiro, consumir tudo. As pessoas estão tão inebriadas com o acessório que perdem de vista o essencial. Desejam um novo carro, uma casa maior, umas roupas mais vistosas. Querem perder peso, tentam agarrar a juventude, sonham em impressionar os outros." Respirou fundo, para recuperar o fôlego, e olhou para o filho. Sabes por que o fazem?"
"Porquê?"
"Porque têm fome de amor. Têm fome de amor e não o encontram. É por isso que se voltam para o acessório. Os carros, as casas, as roupas, as jóias...tudo isso são substitutos." Abanou a cabeça. "Mas isso não resulta. O dinheiro, o poder, a posse de coisas... nada substitui o amor. É por isso que, quando compram um carro, uma casa, uma peça de roupa, a satisfação que sentem é efémera. Acabaram de comprar mas procuram já um novo carro, uma nova casa, uma nova peça de roupa. Procuram algo que não está ali." Nova pausa para respirar. "Nenhuma dessas coisas traz satisfação duradoura porque nenhuma dessas coisas é verdadeiramente importante. Estão todos com pressa à procura de algo que não encontram. Quando compram o que querem, descobrem que se sentem vazios. É porque o que compraram não era afinal o que queriam. Querem amor, não querem coisas. As coisas não passam de substitutos, de acessórios que mascaram o essencial." (...)
"Sabes, chego à conclusão de que o mais importante é dedicarmo-nos às pessoas. Dedicarmo-nos à família e à comunidade. Só isso nos preenche. Só isso tem significado." (...)
Voltaram a abraçar-se e, por momentos, o silêncio impôs-se naquele pequeno quarto.
"Nunca percebi por que razão as pessoas não vêem o que me parece óbvio e andam tão ocupadas a fazer coisas irrelevantes. Zangam-se, afligem-se, preocupam-se com o que não tem importância, desgastam-se com o acessório."




in A Fórmula De Deus - José Rodrigues dos Santos - página 543-545
A versão original...





...e a outra versão

terça-feira, novembro 13, 2007

domingo, novembro 11, 2007

sábado, novembro 10, 2007


Happy B-day po "Bidinho"
(os louros de tal alcunha não são meus)


sexta-feira, novembro 09, 2007

Feliz Aniversário Nunito ;)





sexta-feira, novembro 02, 2007

Querida Mafs,

Este post é dedicado a ti =)

Sabes que me fazes sorrir imenso? E rir? Quando tou ctg rio, rio, rio sem parar...
Somos completamente tolas xD As nossas conversas, brincadeiras, palhaçadas não seriam a mesma coisa sem ti!!!

Gosto assim IMENSOOOOOOO de TI Mafs!! :D



Fomos com a cara uma da outra, embora tivessemos umas desavenças de vez em quando por causa de gajos (o Óscar, o Tobias e o Gervásio...). Se não estou em erro até foi por culpa deles que tudo começou verdadeiramente...
Cheguei a fazer-lhe tatuagens belíssimas...
Também relembro com nostalgia aqueles momentos à beira da guilhotina falante...
Companheira de lágrimas, de baba e ranho, fungadelas, momentos de tensão, mas outros de gargalhadas, risos... Apesar de "longe" (sim, porque aqueles metros que nos separam são uma grande barreira) estamos sempre juntinhas.


ps - Ela acha-me FANTÁSTICA e MARAVILHOSA :D ihihih

quinta-feira, novembro 01, 2007

The Lion King 3 - Timon - That's All I Need

Timon & Pumba - Stand By Me

Alladin -A whole new world

Daniel Bedingfield - A Dream is a Wish Your Heart Makes - Cinderella

Ontem disseram-me que estavam a pensar abrir um "restaurante esquisito", apesar de na minha opinião não ser esquesito mas sim "excêntrico". Um dos pratos que iria fazer parte da ementa seria "iogurte de sumo com pedaços de alheira fria". Aqui fica sugestão. Bom apetite para os excêntricos (não para os esquesitos)...

olhei-te completamente boquiaberta...


ps - amanhã já vou levar nas orelhas por estar a descrever as ideias desta cheff
ps2 - vai ser mais um tópico para discutirmos nos almoços de 2ª feira coladas à guilhotina falante